E aí pessoal, hoje eu vou começar um tipo de post diferente. Como tudo precisa de uma história eu vou explicar: na empresa onde eu trabalho existe uma coisa chamada Book Meeting, onde toda semana algumas pessoas se juntam pra ler um livro sobre um tema importante (no caso do meu trabalho são sempre sobre programação), então vou tentar roubar essa ideia…  mas como eu não tenho disciplina o bastante pra postar direto eu vou fazer quando der hahaha. Assim, nessa série de posts eu vou falar sobre livros que podem ser interessantes pra artistas profissionais, amadores ou pra pessoas que só  gostam de ler e esgotaram suas estantes (se essas pessoas existirem porque quem gosta de ler compra mais livros do que consegue terminar).

Como primeiro candidato temos o livro “Mostre o seu trabalho!“ de Austin Kleon, que explica sobre o processo de divulgar o seu trabalho,  se conectar com a sua audiência e outras dicas ótimas. O livro segue um roteiro com 10 dicas sobre como se expor para um público pra que você possa ser descoberto, e eu vou falar sobre elas agora… A qualquer momento…

1 – Você não tem que ser um gênio

A primeira dica pode ser estranha pro tema porque parece não ter nada a ver com divulgar o trabalho diretamente mas sim como um escudo contra as críticas que você vai receber (com certeza vai). O maior erro que nós podemos cometer é o de achar que temos que ser um gênio cheio de inspiração para fazer algo bom. Toda obra de arte foi um processo longo que envolvia várias pessoas comuns. Austin descreve que o processo criativo não vem de um gênio solitário mas sim de um “ecossistema de talentos” que se inspiram mutuamente. Então, em resumo, compartilhando o seu trabalho você recebe dicas valiosas e evolui mais rápido do que faria criando algo trancado no seu quarto sem contato com o mundo.

2 – Pense em processo, não em produto

Essa dica é parecida com a primeira pelo fato de reforçar que a arte que você cria não é algo solitário e secreto que você mostra ao mundo só quando está perfeito e entra pra história (eu estou explicando nas minhas palavras mas ele fala algo assim haha). O importante do trabalho é o processo e o aprendizado, e isso é algo interessante para compartilhar com o mundo. Ao compartilhar os bastidores você cria um vínculo com a sua comunidade. No livro, o autor diz para você se tornar um “documentarista do que você faz” e divulgar esse processo. Mas sem exagero, né?*

3 – Compartilhe um pouco todos os dias

Essa é autoexplicativa. É importante você ter conteúdo novo, constante e relevante. Nesse capítulo é apresentado o teste do “E daí?” em que você deve se perguntar se o que você vai divulgar é relevante e construtivo. As pessoas que acompanham você estão interessadas no seu trabalho então você não deve gastar o tempo delas em coisas que não são relacionadas. Claro que é legal postar um foto do cappuccino bonito que você está bebendo, ou a foto mostrando que você corre de manhã para se inspirar mas isso não é o foco.

4 – Abra seu gabinete de curiosidades

Nesse capítulo o autor fala sobre divulgar não apenas o seu trabalho mas também as suas inspirações e modelos. Resumindo, não seja um acumulador, mas divulgue o que te inspira porque isso também faz parte de estar no “ecossistema de talentos” do capítulo 1.  Além disso é especialmente importante dar os devidos créditos a qualquer autor que você cite como sua inspiração, como indicar o site e redes socias, de preferência com um link que direcione a pessoa direto para a página do autor.

5 – Conte boas histórias

Como vocês provavelmente já sabem, a arte pode trazer muitas interpretações diferentes mas o autor desse livro diz que a arte não fala por si própria. Uma obra de arte ganha muito mais valor (não necessariamente monetário) se existe uma história que a acompanha, da mesma forma que objetos podem ter um valor sentimental por carregarem uma história. E podemos concordar que a arte fica bem mais humana se tiver um sentido real por trás, não é? As pessoas querem se conectar e isso acontece bem mais facilmente se elas conhecem as histórias por trás do seu trabalho. Isso faz seu público se sentir mais próximo se você não se mostrar como um super humano intocável mas sim como uma pessoa comum.

6 – Ensine o que você sabe

Mais uma dica autoexplicativa. Uma ótima estratégia para divulgar o seu trabalho é passando o seu conhecimento adiante. Isso aumenta o valor do seu trabalho pois as pessoas conhecem você não só por um produto. Ensinando você gera mais interesse no seu trabalho ao mesmo tempo que aprende mais, porque quando você ensina você revisa o que já sabe e pode ver o tema por novos ângulos.

7 – Não se torne um spam humano

Essa dica é extremamente importante. Em poucas palavras: não seja um chato hahaha. O livro fala que você deve se manter equilibrado para não ser nem um acumulador (capítulo 4) e nem um spam humano que divulga tudo. O ideal é ser uma pessoa que contribui com o seu conhecimento e trabalho mas que também tem capacidade de ouvir e aprender com os outros. O livro cita o exemplo da frase “você só poder ser um bom escritor se for um bom leitor” que é perfeita pra mostrar isso.

 

 

8 – Aprenda a apanhar

Como eu disse antes: você VAI receber críticas pelo seu trabalho e muitas vezes elas são dolorosas mesmo, porque mostrar o seu trabalho é mostrar parte de quem você é. Só que é importante aprender a não tomar críticas como algo pessoal,  e sim como uma chance para aprender. Além disso o livro diz algo importante: “não alimente os trolls”. Saiba reconhecer críticas que podem te ajudar a melhorar e pessoas que só querem derrubar sua autoestima. Saber diferenciar isso pode ser a diferença entre melhorar e desistir.

9 – Venda-se

Muitas pessoas têm a visão errada do artista que só faz algo pela arte e não espera nada em troca quando na verdade a arte também é um trabalho. Não tenha medo de “passar o chapéu”. Se você quer vender o seu trabalho, venda. Se quer aceitar doações, coloque na sua página um link que permita isso. Existem vários site com essa ideia como Patreon, Kickstarter e outros. Se você tem um público interessado, talvez um financiamento coletivo seja uma boa opção para começar um projeto maior. Só não se sinta envergonhado de receber pelo que faz e se valorize.

10 – Fique por perto

Para finalizar, a última dica diz para que você fique perto e atento às oportunidades. Apesar de não poder contar com o sucesso deixe ele como uma possibilidade aberta. Não desista mas ao mesmo tempo não exagere. Saiba quando trabalhar mas também saiba quando relaxar para reabastecer o combustível criativo. Comece de novo, aprenda coisas novas e não tenha medo de largar a zona de conforto.

E essas são as 10 dicas do livro de forma beeeeeeem resumida. Esse texto não substitui o original mas é pra que você possa ter uma ideia melhor do que o livro se trata, assim você pode comprar sem medo. E ele nem é tão caro além de ser em português mesmo. Bem, assim eu termino o post de hoje, espero que tenham gostado e até a próxima!